you never know a person until you walk a mile in their shoes

Quando tento colocar-me no lugar de alguém para tentar compreender as suas atitudes ou o que está a passar, lembro-me sempre de uma frase que ouvi há uns tempos - num filme ou numa música - que era qualquer coisa como, nunca conhecerás realmente alguém até teres que andar uma milha nos seus sapatos (numa tradução livre). A verdade é que tento, juro que sim, colocar-me sempre o lugar da outra pessoa. Mas raramente com sucesso, porque nunca consigo abstrair-me totalmente da minha maneira de pensar e ver as coisas. Nunca deixo realmente os meus sapatos.

Ontem quase não dormi, fiquei mal disposta, dei voltas à cabeça e imaginei mil e umas histórias sem sentido. E tive medo. Apenas porque alguém de quem gosto não me estava a prestar a atenção a que estou habituada, porque achava que as circunstâncias não eram normais e pensei que algo de mal estivesse a acontecer. Por isso, respondi torto e seco, e fui basicamente uma jealous bitch, algo que não considero que me caracterize enquanto namorada. Hoje, quando falámos, senti-me tão estúpida e sem lógica, que passei o dia a rir-me da minha figura e a pedir desculpa. Nunca tive motivos para me sentir insegura, para não confiar ou achar que algo pode mudar de um dia para o outro. E o facto de todas as coisas que me preocuparam a noite passada terem provocado nele muitos risos, ao princípio irritou-me porque pensei que se estivesse a rir da minha confusão, até perceber que o motivo de risota era também um misto de compreenção, do género "também já passei por isso, agora talvez percebas como me sinto nessas alturas". E é verdade, não gostei do que senti. Mas isso também me fez compreender o que passa alguém que está do outro lado da relação. Algo que para a outra pessoa pode não ter importância nenhuma, pode magoar o outro. A preocupação acontece porque quando gostamos muito de alguém e não queremos que nada de mal lhe aconteça. O medo de perder o que temos pode fazer-nos ser injustos com alguém que não merece. São princípios básicos, eu sei. São coisas que já devia ter percebido há mais tempo. Mas era algo que desvalorizava quando me tentava explicar o porquê de se sentir como sentia, porque achava que as coisas eram claras no meu ponto de vista e que não havia motivos para estar assim. Lá está, a compreensão vem também das situações em que estamos do outro lado.

8 comentários:

  1. Totalmente verdade :) além disso, uma das coisas que aprendi em enfermagem e aplico na minha vida é "o que é normal para ti?" o que é normal para ti não é para outra pessoa, não existe normal.

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  2. Adorei o blog e já o estou a seguir!!! podes fazer o mesmo de volta?
    Um beijinho <3
    http://lifealwaysgoes.blogspot.pt

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  3. Sem dúvida que sim, gostei do texto :) a frase que disseste no início é simplesmente linda.

    Wanderlust
    http://world-of-wanderlust.blogspot.pt/

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  4. também sou às vezes um pouco bruta com o meu namorado e ele não merece nada! :/

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  5. Respostas
    1. até eu me assustei com o meu erro. :) Thanks!

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    2. tb tens um erro igual no post da lorde. de nada, espero que nao tenhas levado a mal. bom natal! :)

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    3. Ui, a minha professora de português iria ficar orgulhosa (not). Não levei a mal. Obrigado e feliz natal para ti também. :)

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