tempos e cenas

Li algures, acho que num livro da MRP (não temam pela minha sanidade mental, esses livros já estão escondidos no fundo da gaveta mais remota que tenho, foram um erro de casting numa altura em que eu achava que faziam toooodo o sentido) que quando uma pessoa pede um tempo para pensar é porque a) já pensou tudo, não sabe é como há-de dizê-lo b) está à espera que tudo mude, magicamente, para melhor c) quer largar a pessoa, mas tem medo de se arrepender, por isso pede um tempo para pensar se é mesmo isso que quer. 

E isso dos "tempos" é uma treta das grandes. Porque a outra pessoa, se aceitar tal coisa, fica num impasse tal que nem segue, nem tem a certeza de que as coisas voltam ao normal. É como namorar mas sem a parte boa dos beijinhos, abraços, de combinar coisas juntos, etc. Por isso, a minha filosofia é a mesma daquela música que a Elsa canta: let it go. Se as coisas não estão bem e não se resolvem nem com conversas infinitas, é melhor deixar a outra pessoa ir. Se um dia voltarem é sinal que estão dispostos a lutarem pelo que têm. Se não voltarem, talvez essa não fosse a pessoa certa. 

Mas nem sempre pensei assim, e foi com isso que aprendi. Já pedi um tempo a uma pessoa que me deu esse tempo, e ao fazê-lo magoei muito mais o rapaz do que se tivesse sido sincera com ele e dito "olha isto não está a dar e não quero estar mais contigo". Porque era isso que eu pensava na altura, mas achava que se acabasse logo com ele seria um choque maior. Por isso pedi um tempo para que ele se apercebesse que as coisas já não estavam bem. E a minha chico-espertice teve um efeito muito pior. Ele esperou e teve esperanças que fosse, realmente, só um tempo, quando eu já praticamente tinha tudo resolvido na minha cabeça. E não é justo prender alguém assim.

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