shit happens

Este fim-de-semana estive com o meu primo e bolas, como é que o tempo passou tão depressa? Ainda ontem éramos dois miúdos a lanchar pão com paté caseiro nas férias, hoje já vamos de carro beber café e passamos o tempo a falar de coisas mais ou menos sérias, e tanto felizes como tristes. Como saí da terra aos 15 anos, o tempo para mim parou aí e às vezes ainda me esqueço que a vida continuou: pessoas que eram amigas deixaram de o ser, quem não o era agora está mais próximo, começaram-se namoros, acabaram-se namoros, e são raras as pessoas que se mantêm exactamente como eu as deixei (ou como me lembro delas). Também já não somos tão voláteis e já não choramos por uma paixoneta num dia que no outro já passou. O tempo passou e parecendo que não, quando se gosta de alguém isso já não se ultrapassa de um dia para o outro e não basta uma conversa e uma saída com amigos para tirar as coisas da cabeça. 

Ontem o meu primo perguntou-me como se esquece alguém que foi tão importante para nós. E eu queria dar-lhe uma resposta inteligente, ou até parva que o fizesse rir, mas quando olhei para ele não consegui dizer nada. Primeiro porque nem eu sei o que isso é por experiência própria. Segundo, porque não sei a resposta e nenhuma tentativa de adivinhação parecia chegar lá perto.

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