um ano "meh"

O meu aniversário é em Agosto e, não sei se já escrevi por aqui, é em Agosto que começa a contabilização do ano para mim. Não é em Dezembro que vejo o que fiz e o que deveria ter feito, nem faço a lista de objectivos para o próximo ano nessa altura, não, para mim o último mês é em Agosto. Não sei se está na altura de dar o ano por acabado, mas como não deve acontecer nada de extraordinário no tempo que falta, devo dizer que este ano não foi um dos bons. Nem sequer começou bem e eu não consegui fazer com que terminasse da melhor forma. Falhei, ou melhor vou falhar, o maior objectivo que tinha. E estou triste, claro que sim, mas de certa forma ao longo do ano, e principalmente neste último mês, foram-se resolvendo muitas coisas que me mantinham a cabeça a andar a mil. E espero que isso também marque um novo ciclo.

Aprendi mais neste último ano do que poderia enumerar. De qualquer forma haveria muito que não conseguiria explicar. Sei que o maior apoio que tive foi de quem não tem obrigação de o fazer. E que no meio de todo o desamparo que senti e dos dias em que chorei, nunca estive realmente sem chão. Soube o que era cuidar do meu cão que esteve comigo desde que me conheço como gente e que merecia um final tão feliz como a vida que teve connosco. Sempre pensei que não valia a pena prolongar algo porque não queremos pensar no adeus ou como a nossa vida iria ser diferente, mas só agora soube o que isso implicava. Tive menos filtros a dizer o que penso e entrei em guerras que não foram só minhas, o que me trouxe alguns conflitos. Necessários, mas ainda assim conflitos e discussões que noutra altura teria evitado, mas que chegaram a um ponto em que tudo teve que desmoronar para se voltar a erguer. Duvidei muitas vezes que houvesse alguma coisa para construir e ainda não sei se realmente existe. Também aprendi que me devo esforçar em todas as oportunidades que me vão sendo dadas, mesmo que na altura não me pareçam oportunidades assim tão boas. E por fim, aprendi que para o próximo ano não posso adiar e esperar que alguns assuntos se resolvam por si só: quando não me achar capaz ou não fizer sentido para mim, tenho que falar logo ao invés de evitar essas conversas chatas, adiando-as ao dizer a mim mesma que estou "a pensar" para ganhar algum tempo para perceber o que é melhor. 

Há algumas coisas que ainda não resolvi, como precisar de ter a certeza que estou no caminho certo. Que a profissão ou o trabalho que espero ter é mesmo o que quero fazer, e não algo para o qual fui caindo. Não quero ser mediana em algo quando poderia ser óptima noutra coisa completamente diferente (que a existir, ainda não sei o que é). Também espero parar de correr atrás do prejuízo e começar realmente de novo sem me sentir culpada se deveria estar a fazer outra coisa.

Este ano não foi bom mas ao reler o que escrevi não me parece assim tão mau porque o pior já passou. Nestes meses sempre que disse "é agora" e me levantei, voltei a baixar os braços. Foram falsas partidas umas atrás das outras. A partir de Setembro vai ser a sério.

2 comentários:

  1. Por acaso no meu roteiro a Londres estavam incluídos alguns sítios para comer :P Fiquei a descobrir que lá é comum as igrejas terem cantinas (quem diria, não é?) que por um preço acessível servem comida caseira quentinha puramente inglesa e a um preço muito competitivo dos nada-britânicos subway e macDonalds.
    Sobre o teu texto, eu acho que é um bocado a crise do final do curso. Eu acabei a minha licenciatura no mês passado e, apesar de ainda me esperarem dois anos de mestrado, tendo em conta que estes são opcionais, frita-me a pipoquinha toda o facto de não fazer ideia do que quero fazer "quando for grande". Deduzo que por esta altura, enquanto licenciada, já sou "grande", não é? Mas realmente não faço ideia. O meu curso é muito multifacetado e posso vir a trabalhar em tantas coisas diferentes... sei que vou ter emprego assim que quiser - se não tiver, serei a primeira pessoa do meu curso a quem isso não acontece, por isso esperemos que não seja assim tão azarada - mas realmente não tenho ideia. Cheguei ao ridículo de dar uma vista de olhos nos estágios de Verão que o meu núcleo de estudantes publicitou este ano (e que eu acabei por não entrar em nenhum porque ainda me queria preparar para a época especial, que é em Julho, e acabar de vez a licenciatura) e fiquei a olhar pasmada para aquilo porque apesar de saber o que significam os nomes das propostas eu não faço ideia nenhuma do que é que se faz realmente em cada uma delas (eu tenho de postar sobre isto!).

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  2. Apesar de ser mais nova que tu e ir agora para o 11º, acho que te percebo nisso da profissão. Não consigo pensar em nada porque parece que não me encaixo perfeitamente em nada. Boa sorte para o teu novo ano :D

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