dear july

À semelhança dos últimos anos, não tens sido o meu mês preferido. És, também por minha culpa, o mês mais chato, desmotivante e triste de todo o ano. Ainda tenho exames, trabalhos e discussões para fazer, e Agosto parece logo ali, falta só um último esforço, mas nunca fui boa a arranjar motivação quando só faltam um bocadinho. Pensei que este ano fosses diferente, Julho, e tinha grandes planos para ti. Mas não faz mal, tentamos para o ano. Vais, invariavelmente, ser sempre um mês difícil mas não é por tua culpa. Sendo o meu aniversário em Agosto, é durante o teu mês que faço os balanços do que planeei e fiz durante os dez meses anteriores e acabo por descarregar em ti as frustrações do que não correu da melhor forma. 

Sei que nem sempre nos desprezámos desta forma. Eras o mês da festa da terra, onde durante três dias queria ficar a dançar até à última música. O mês da "semana lúdica" e do "verão em acção". O mês onde a rotina era ver os desenhos animados de manhã, dar voltas de bicicleta e andar de baloiço até nos chamarem para jantar. Mas Julho, não foste só tu que mudaste. A festa já não é a mesma e à meia noite quero vir embora pois não há nada para fazer. Já não existe "semana lúdica" e se existisse também não tinha idade para participar. A minha bicicleta está a apanhar pó há meses. Ainda ando de baloiço mas até isso me fez ficar tonta da última vez. E eram essas coisas que te tornavam especial. Adicionado ao facto de seres um mês em que, inexplicavelmente, ainda tenho trabalhos e exames, fazem com que sejas o mês que eu desejava que nem existisse. 

Boa sorte a tentares mudar isso, ainda não é tarde. Qualquer coisa, até para o ano. 


(uma carta a Julho, porque apesar de tudo ainda temos o Letters to July)

3 comentários:

  1. Fico feliz por achares que o meu texto não foi só mais um sem sentido.
    Só acho que nós, mulheres, nos precisarmos unir quando todas soubermos o que estamos a defender para podermos mostrar isso a todos, com pés e cabeça, até lá ainda há tanto a mudar, seja nos homens, em nós, na sociedade, nos pensamentos...
    Obrigada! :)

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