como é que uma letra consegue continuar a ser tão bonita


Time after time I think "Oh Lord what's the use?"
Time after time I think it's just no good
Sooner or later in life
the things you love you lose
But you got the love I need to see me through

friday in a nutshell

 O engenheiro, quando lhe peço para me explicar um exercício sobre a matéria da aula a que faltei.

O mesmo senhor quando no final da explicação digo "Ahhh, então é assim que se resolve... até era fácil."

E no final, depois de o melgar com mais perguntas durante meia hora.

 (Estou a brincar, até foi simpático e admiro-lhe a paciência para nos aturar.)

considerações sobre sósias

Falando na Violenta (sim, é mesmo uma violência toda a série: elenco, história, músicas...) para além de achar a protagonista um bocado creepy - não sei, talvez seja do sorriso sempre sincero e nada forçado que apresenta em tudo o que é fotografias estampadas em mochilas, estojos e outro material escolar por aí à venda - a miúda ainda tem a infelicidade de ter como doppelgänger uma ex-girlfriend de um amigo meu. Quando disse ao meu amigo "olha lá, a Violetta não parece imenso com a b*tch?" (esse é o nome de código que usamos para nos referir à querida, porque aquela-cujo-nome-não-pronunciamos era demasiado subtil para a descrever) ao que ele responde "Agora que vejo, é mesmo!". Nail it, afinal havia realmente alguma coisa naquela Violetta que me assustava automaticamente .


Ora, Violetta, eu nunca vi mais do que um episódio da tua série, mas espero que não sejas como a tua gémea. Espero que te mantenhas uma fofa e que não sejas uma crazy b*tch que define um perímetro de segurança de cerca de 2 km, entre os quais o teu namorado e toda e qualquer pessoa do sexo feminino, tenham que estar distanciados. Entre outras coisas igualmente maradas. Fora isso, keep up the good work que é ser actual pancada da pequenada. Antes disso houve o Bieber, que apesar de todo o mal inerente, sempre foi uma melhoria em relação aos Tokio Hotel, por isso acho que estás num bom caminho. Claro que a Hannah Montana era uma grande bacana e ao menos tinha piada, mas até essa, enfim, já se sabe. Boa sorte bitc... Violetta!

dilemas

Ficar a estudar em casa ou ir para a faculdade fazer o mesmo? Ficar a ouvir a chuva, ou levar com ela no caminho para Lisboa? Aproveitar o tempo para estudar ou perder três horas em transportes? Ficar colada ao aquecedor in ma pijamas ou estudar num lugar onde o único calor que existe é o humano? Puder ir à cozinha fazer tostas, buscar chocapik ou outra gordice qualquer entre exercicios, ou enfrentar mais uma vez este clima "ameno" para ir buscar algo ao café? Estudar realmente sem interrupções, ou ter alguém a perguntar de tempo em tempo "olha podes-me ajudar aqui, olha podes explicar-me isto, olha ainda não fiz nada nem percebo nada disto, faz-me aí um resumo da matéria por alto". Decisions, decisions.


No entanto, tenho que admitir, nem sempre escolho o caminho mais óbvio.

ficaste bem nesta fotografia

No outro dia li algo que me fez realmente olhar para o tema da fotogenia com outros olhos. Mas antes, uma pequena introdução. Sabem quando vos dizem alguma coisa e vocês pensam, "ohhh, que simpático que este ser está hoje... waaait a minute? Isso era um elogio ou era uma piada tão bem encapsulada que nem me apercebi?". É disso que se trata. Faz-me lembrar quando estava na praia, em miúda, e o senhor das bolas de berlim às tantas dizia "Quem é que me chamou parvo?". Não me perguntem, também não sei porque raio dizia isto. Mas uma vez, quanto o senhor voltou a repetir a frase, o meu pai disse-me "vês, está a chamar-nos parvos a todos, ora ouve, quem é que me chamou (pausa) PARVO?". E pronto, a partir daí fiquei sempre neste dilema, era um insulto a toda a gente na praia da Rocha ou o senhor estava apenas a ser engraçado?

O mesmo acontece quando nos dizem "És tão fotogénica!". Ficamos logo, oh stooop, não fiquei nada. Mas eis que começo a pensar “Fiquei bem nesta fotografia? Isso é que admirar? Quer dizer que, ao vivo, I'm ugly as hell?”. Pronto, agora vão também ter second thoughts como eu sempre que alguém disser que são fotogénicos. E se ouvirem alguém elogiar outra pessoa desta forma, também vão esboçar um sorriso cúmplice “I see what you did there”. Bem, pontos positivos. Uma pessoa fotogénica, no sentido do insulto, ao menos nas fotografias que um dia mostrar aos netos pode dizer, "vêm como éramos precisos netinhos, que lindos que éramos". Afinal, são as fotografias que perduram. Para os que não têm essa característica, não há como desanimar, ao menos pode ser só nas fotografias que não ficam bem.  

TAG | o meu o gosto musical

Não ligo muito a TAGs, mas como foi a C. que me nomeou (nomeou ou tagou, não sei como se diz) e também por ser sobre música, decidi fazer. So, here it goes.

vamos lá fazer uma troca justa


Pessoas do norte, aí têm o Santini. Mandem-nos a Spirito, se faz favor.
Quando estou mal opto por não combater isso. Se é para estar assim, é assim que vou estar. Vou chorar tudo o que tenho a chorar, pensar nas coisas boas e más e em tudo o que pode acontecer e no que já aconteceu. Se é para cair fundo do poço, é para ir de uma vez e não andar a segurar-me às paredes ou a lutar para me manter à tona. É para aceitar o que não posso mudar, e não fazer de conta que as palavras que ouvi não me magoaram como nunca; é para parar de fingir que está tudo bem, quando não está. Posso chorar, ficar atordoada, andar como uma zombie durante um tempo, mas damn, quando não existe mais nada que ainda não tenha passado a pente fino, quando já chorei sobre todas as coisas que me doíam, é para sair desse lugar. E de vez. É para olhar para o apoio que tenho e que nunca, em circunstância alguma, me deixa ficar mal. É para curar e arrumar o que me fez mal para não me lembrar disso todos os dias, mas nunca esquecer o que se passou para que não se volte a repetir. É para seguir sem medo de recair porque não há nada que não tenha ficado resolvido na minha cabeça. 

E sem querer mandar foguetes, acho que já estou na última fase: a andar para a frente.
Há pessoas que não sabem, nem sonham, a sorte que têm. A sorte de serem pais de duas pessoas que, com zero apoio dos mesmos, ainda vão andando para a frente. A sorte de estarem longe de serem modelos perfeitos daquilo que os progenitores deviam ser, mas terem filhos que nunca descambaram, nunca passaram uma noite fora de casa, nunca chegaram a casa bêbados, nunca levaram um recado na caderneta, nunca foram para a rua numa aula. A sorte de marcarem uma hora para que cheguem a casa, e de essa hora ser sempre cumprida. A sorte de não lhes ser cobrado constantemente o facto de nem saberem o nome dos cursos que os filhos estão a tirar. Ou em que ano escolar estavam. Ou se tinham dificuldades numa disciplina. A sorte de, exigindo resultados como um patrão que não sabe sequer a estrutura da sua empresa ou o que vende, os mesmos aparecerem. Nem sabendo eles o que custou a chegar lá (nem querendo saber). A sorte de, durante anos, se terem aproveitado dos bons rendimentos escolares dos filhos e nunca terem gastado um cêntimo na sua educação. A sorte de terem filhos que nunca reclamavam por não poderem sair quando lhes apetecia, sem ter que pedir um requerimento um mês antes. E com um bocado de sorte, se houvesse uma pequena asneira feita entretanto, deixaria de haver autorização. A sorte de nunca ter sido um pai presente fisicamente - mesmo nas poucas vezes em que estava, nunca passava tempo nenhum a brincar com os filhos, ou a falar com eles sobre a escola, os amigos, o que quer que fosse - e ainda assim os filhos compreenderem por acharem que é assim o seu feitio. A sorte de terem dois filhos que apoiaram a mãe na fase de vida mais negra da sua vida. Quando eles nem foram a causa pela qual chegou a esse estado. A sorte de nunca ninguém os ter mandado à merda quando avisaram, num mês de Julho qualquer, que em Setembro iam mudar de escola, de casa e de vida, para longe dos amigos de infância e do lugar que sempre conheceram, tudo para que a família ficasse junta. Família essa que nunca chegaria a estar junta, porque o que os separa ainda hoje, é bem maior do que uma viagem de uma hora e pouco de carro.

Há pessoas que não sabem, nem nunca vão saber ou dar valor à sorte que têm. Felizmente, os filhos têm a sorte de se terem um ao outro. E isso compensa (quase) tudo.

já ia dizer mal, mas depois pensei melhor



Quando me falam em audiobooks, parte do meu cérebro responde "that is sooo stupid", mas pensando bem, é mesmo? Quando somos pequenos e antes de sabermos ler, também o fazem por nós, da mesma maneira que ouvimos as histórias que os avós ou os pais contam de cor. Não ficamos a saber a história na mesma, não conseguimos igualmente imaginar por nós os cenários e as personagens? Para quem tem problemas de visão, poderá também ser muito útil. E o facto de cada vez mais, as pessoas em geral, aderirem a esse tipo de leitura faz com que haja mais livros disponíveis neste formado, o que é especialmente importante para o grupo de pessoas que referi, I guess. 

Se contam como leitura? Bem, isto não é uma corrida, e não somos crianças para andar a contar quem lê mais ou menos. Acho que é uma discussão tão válida como quem nasceu primeiro, a galinha ou o ovo. Afinal, uma história, seja escrita ou ouvida, não é sempre a mesma? O que muda não é apenas o meio?

Pessoalmente, embora já tinha lido dois ou três livros em formato digital, não me vejo a preferir alguma vez um livro físico ao e-book, quanto mais uma audição em vez da leitura. Mas tudo isso pelos mesmos motivos pelos quais existem pessoas que têm uma colecção enorme de dvds ou cds: posso chegar à prateleira, olhar para o que tenho e escolher um para ler, sem ter que procurar nas mil e quinhentas pastas no computador. Da mesma maneira que gosto dos vinis que o meu pai ainda conserva. Claro que posso ouvir as músicas que eles contêm através de numa pesquisa rápida no youtube, mas bem, não é a mesma coisa. Ter um livro de que goste no formato físico é satisfatório, pelo menos para mim. E não conseguiria ouvi-lo da mesma maneira que o leio, porque não estou habituada a isso. Ia distrair-me a olhar não sei para quê, não ia conseguir estar quieta num canto apenas a absorver o livro, porque simplesmente não tenho a skill da audição apurada para isso. Da mesma maneira que acho os e-books bons para ler livros que não estou interessada em ter, ou não sei se valem a pena ter, os audiobooks também devem ser usados para quem lhes encontre alguma utilidade. Inclusive, alguns livros em formato áudio são narrados pelo autor do mesmo, o que até deve ser giro de ouvir.

já dizia o outro, "aprende comigo..."

Ontem, em mais um episódio de "não sei porque insisto em ir aos saldos", arrastei o meu namorado atrás de mim para correr lojas. Eu seeei, não se deve ir às compras com homens, porque para eles fica sempre tudo bem, e chateiam-se depressa, blá blá blá, mas a verdade é que gosto que ele venha comigo, porque é um fixe e uma boa companhia. E até é uma pessoa paciente. Mas lá para a 34984 vez que me vê pegar em algo - que de certeza nunca na minha vida iria usar, mesmo me oferecessem ou pagassem para vestir -, vejo que começa a bufar, a olhar para o tecto e a dizer "só de olhar aqui de longe, a loja não parece ter nada de jeito". É aí que soa um alarme na minha cabeça "depressa pensa em algo que ele goste, para assim se distrair a falar nisso e ganhares uns minutos extra. Com um bocado de sorte, isso dá assunto que chegue para continuar a falar até às próximas lojas". Só que a cena do meu namorado são as corridas. E agora é off season de todas as corridas principais, por isso não há nada para dizer (logo na altura dos saldos, palhaços parecem que fazem de propósito). Já a entrar no desespero - ele pela seca, eu porque já estava a ver a minha vida a fazer moonwalk -, eis que me lembro do Dakar que começou há uns dias, whoowoow! Falo nisso e a expressão do senhor suaviza-se, ainda por cima acho que um português ganhou ontem uma etapa - sei o que é uma etapa, yeah -, e começa a falar disso todo contente, o que me dá uma margem de manobra ainda grande. Por isso já sabem, também deve funcionar com futebol, ou com o que seja que eles gostem, mantenham é um ar interessado, abanem a cabeça que sim, estão a ouvir e não a pensar "que raio de descontos são estes/ mas o que é que fizeram à roupa que estava aqui antes dos saldos/ porque é que só sobram cores feiosas nestas alturas/ porque é que nunca existe o meu tamanho" e, bónus extra, se forem perguntando mais coisas, mais minutos ganham.

No meio disto tudo, eu não compro nada, para variar. Ele encontra uns ténis do formato, cor e marca que andava à procura há mil e quinhentos anos, e faz uma grande compra. Karma is a bitch.


(Se leres isto, não me venhas com histórias que eu sei que também fazes o mesmo quando estou a ver uma corrida contigo e me dizes para escolher um piloto para apoiar segundo o meu critério super justo e fiável de selecção, que consiste em escolher o melhor piloto baseado na sua aparência, o que me distrai uns tempos a decidir qual é o mais giro. Sabes muito tu. :))